segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

ENVIE -- PT. 2

Quando todos os alunos se apresentaram, a banca se reuniu secretamente por meia hora, para divulgação. Philip parecia animado com sua apresentação, ele havia explorado todos os pontos de sua empreitada e como ela deveria ser avaliada em termos financeiros. Joseph explorou o conceito da reutilização da água, a fim de economizar os gastos. Ao final da meia hora, a banca retornou com as notas, Philip tremeu mais do que o dobro da apresentação, ele precisava daquele resultado. Ele imaginava quanto prestígio aquilo lhe traria, especialmente com a ala feminina da escola.

- Jorge Zimmerman, 9; Joseph Albuk, 10; (...); Paulo Hanz, 9,5; Philip Reck, 6,25; (...) - A banca anuncia seus resultados, selando um amargo fim ao trabalho de Philip. Ele não acreditava, sua mente foi tomada por uma raiva fulminante na hora e tudo o que ele tentou fazer para reverter a situação foi falar com os jurados para saber por que sua nota foi tão baixa.

(Continua...)

ENVIE -- PT. 1

O antigo relógio pendurado no alto da parede da sala de jantar já badalava as onze horas da noite, quando Philip estava prestes a concluir seu projeto de ciências. Ele estava muito empolgado com sua mais nova empreitada. Segundo ele, seu primeiro bom feito naquele ano, e sua mãe já ajustava o calendário para mostrar Junho há 3 dias.

Era a primeira sexta-feira do mês, dia 4. A feira em que Philip irá se apresentar terá início na segunda seguinte, dia 7. Ele pretendia mostrar como aproveitar a água da chuva para produzir energia e economizar água encanada. Ele passara as últimas duas horas trabalhando em seu projeto, e acabava de revisá-lo. Assim que o fez, pegou o telefone e ligou para Joseph, seu melhor amigo há 2 anos. Discutiram seus trabalhos e ficaram de ir ao cinema no domingo. No sábado, o pai de Philip o levaria para visitar sua tia em São Bernardo.

Durante o final de semana, tudo corre como Philip imaginava. Sua tia fora muito receptiva com a visita, lhe desejou boa sorte na feira e disse querer notícias depois. A casa ficava num bairro central em São Bernardo. Philip sempre aproveitava essas oportunidades para sair e tentar sua sorte. Ele sempre gostava de meninas do interior. Em seus 17 anos, ele já havia conseguido duas vezes, além de outras em São Paulo, mas nunca chegou a namorar firme. Joseph sempre tinha uma junto, Philip já não se lembrava do amigo solteiro.

No domingo á noite Philip pôs todo o projeto no carro de seu pai, cuidadosamente e desacompanhado, ele não queria intervenções externas e seus pais respeitavam isso.

Quando chegou à escola, Philip não imaginava que a produção da feira havia caprichado tanto. Ele via todas as faixas, bandeiras e cartazes no hall de entrada; Na feira, toda uma decoração bem bolada e uma organização dos projetos mais elaborada, de forma a não tornar a coisa chata.
Philip não queria ser o primeiro a se apresentar. Ele foi o quinto, Joseph foi o oitavo.

(Continua...)

ENVIE -- PRÓLOGO

- Há momentos em que é preciso ser-se de todo em todo honesto. Este é um deles -
Jeffrey Dahmer

TEQUILA -- FINAL

“Trata-se de algo hediondo, mas perfeitamente factível e explicável. Para mim, que tanto fiz por você, bastava você me dar um ‘sim’ naquele medonho dia. Mas você teve de insistir nessa sua vaga idéia de superioridade. Bom, eu tentei te mostrar que você estava errada, mas ainda assim, eu li tudo o que você escreveu sobre mim naquele e-mail. Saiba que você me deu o pior dia da minha vida naquela festa. Espero ter lhe retribuído á altura. Sabe, a vida é uma coisa engraçada e estranha. Mesmo!! E o resultado disso é que nós dois somos a prova de que a mente é um aliado e um inimigo na mesma proporção, só depende de como você usa. Você nunca vai me perdoar por isso, mas tudo bem. Eu também não te perdoei.
Sinceramente teu,
Rodrigo”

TEQUILA -- PT. 4

- Quem é você, cara?! O que você está fazendo aqui?!

O rapaz nada respondeu, apenas tirou um facão da calça e o pôs contra o pescoço de Luiz.

- Deita!

Sacou um par de algemas e prendeu Luiz na cama, cobrindo-o com o cobertor e amordaçando-o com fita isolante.

Antes de sair, ele tirou o cobertor e, com o facão, amputou a perna esquerda de Luiz, em 3 golpes, colocando de volta o cobertor.

Assim que Martha saiu do banheiro, viu que Luiz estava estranho e foi verificar o que havia lhe acontecido. Assim que tirou o cobertor notou o choque da situação perante ela e começou a gritar como se fosse arrancar os seus pulmões. O rapaz saiu do armário onde se escondera e quebrou uma garrafa de tequila na cabeça de Martha. Um pouco desacordada mas ainda consciente, ela também foi presa na cama, ao lado de Luiz, aonde o assassino sacou uma faca e degolou Luiz. Ainda amputou uma das orelhas.

O sangue já dominava toda a cama, e o cobertor outrora amarelo estava completamente avermelhado, e o quarto, com cheiro de ‘Bom Ar’, já fedia a carne putrefata. O assassino ainda amordaçou Martha, pegou o facão e golpeou a barriga de Martha 6 vezes com ele. Desceu as escadas, foi até a cozinha, pegou todo o limão que conseguiu e espalhou sobre o corpo de Luiz. Pegou suas facas, uma mochila de Luiz e as guardou, colocando-as nas costas. Anexou no queixo de Martha um envelope.

“Para Fabiana”

O mesmo recado foi posto dentro do envelope.

Antes de sair, pegou uma faca e uma colher na cozinha, um saco transparente na dispensa, voltou ao quarto e retirou um olho de Luiz, um de Martha e os colocou no saco. Limpou-se no banheiro e saiu pela porta dos fundos e esperou o momento certo para escalar e pular o portão.

Chegou em sua casa na Vila Olímpia ás 7:36PM.

Pegou o saco com os olhos, as suas facas, a faca e a colher de Luiz, e um dos dedos de Carla, colocou-os numa caixa de papelão, com o selo dos correios no lado de fora, endereçado para a casa de Fabiana, com outra carta no interior, porém, distinta.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

TEQUILA -- PT. 3

Luiz Guilherme passou a semana pensando o que havia acontecido para alguém ter uma ação tão violenta contra Carla. Nesses dias, ele recebeu 3 e-mails e 4 mensagens de uma de suas colegas, Martha, com quem já havia tido um caso, há um ano. Martha se mostrara interessada porque ainda gostava de Luiz, se preocupava com ele, e havia rompido porque não tinha certeza se era ele quem ela queria, e sentia muito ciúme das suas amigas. Carla não era a principal, mas fora motivo de duas discussões.

Luiz estava esperando por Martha num bar perto de sua casa na Vila Madalena, perto da casa de Luiz. O combinado era ás 4:20PM, mas Luiz gostava de ser pontual.

Martha chegou ás 4:22PM, trajando uma blusa rosa, jeans, uma fita no cabelo e um par de botas bege. Pediram uma cerveja e uma porção de torresmos.

- Você conhecia alguém que pudesse fazer isto com ela?!

- Ninguém! Ela sempre foi tão legal com as pessoas e tudo mais. Só tinha algumas meninas da outra sala, que diziam que ela era falsa, mas eu duvido. A Ca não era disso.

Embora discorresse brevemente sobre o assunto, Luiz preferiu não ir muito a fundo. Aquilo ainda o incomodava e estava afetando seus dias.

Ás 6:35PM, eles deixaram o bar e foram até a casa de Luiz. Ele não estava de carro, mas ela estava. Então, ofereceu uma carona. Na porta, um portão de lanças, azul-marinho, á meia altura, separava-os da porta da frente.

- Não me deixe preocupada com você! – Martha segurou Luiz pela mão – Se acontecer alguma coisa, me ligue!!

O casal se beijou enquanto Martha procurou trancar a sua porta.

A temperatura no interior do carro foi subindo gradativamente até entrar na casa de Luiz. O carro ficou estacionado a uma quadra dali. Os pais ainda não haviam chegado.

Mas o quarto deles era perfeito. E o sexo ocorreu ali mesmo. O casal variava de posições e utilizou um chantilly durante o ato.

- Sabia que eu nunca me esqueci de você?! – Disse Martha num ar ainda ofegante.

Ela se levantou e foi tomar banho, enquanto Luiz aguardava na cama. Ao se levantar para pegar uma cerveja, Luiz foi repreendido por um rapaz, de sua altura, usando uma roupa preta e uma máscara azul que cobria seu rosto.

(Continua...)

TEQUILA -- PT. 2

Carla está pendurada em um gancho no teto da sala, com um corte profundo na garganta e outro ainda maior na altura da cintura. De ambos foram arrancados órgãos internos, veias e ainda jorrava sangue, o qual se espalhava por todo o chão da sala, juntamente com tudo o que havia sido retirado. Os pés estavam descalços e com todos os dedos amputados e postos em cima de uma mesa próxima. Nela também havia uma luminária acesa, com sal ao redor e um recado grudado, escrito ‘Para Fabiana’ no lado de fora. Roberta mostrou-lhe o recado e abriram, com os devidos cuidados. Dentro havia um recado.

“Você pode ter se esquecido do seu passado, mas ele com certeza não se esqueceu de você.”

As duas ficaram num tal estado de choque, diante de tamanha aberração e de uma ameaça desconhecida, que tudo o que lhes restara era gritar desesperadamente. Desceram as escadas saltando os últimos degraus, Roberta inclusive tropeçou no último e caiu sobre o piso do corredor. Correram para fora, chamando a atenção de todos, que espantados, perguntavam o que houve. Luiz Guilherme foi o primeiro a tomar uma atitude, ao pegar Fabiana e Roberta pelos braços e levar até o banco mais próximo, oferecendo uma água a cada uma, e perguntando o que houve, e se havia alguém as perseguido.

Era muito difícil, quase impossível de elas responderem, visto que o choque lhes tirou qualquer senso de conduta que havia se estabelecido ao longo dos anos. Tudo o que Roberta pôde dizer era: "Olhem na sala dos professores..."

Foi o próprio Luiz Guilherme quem subiu para verificar. Naquela altura, todos que passavam perto da faculdade naquele momento, pararam em frente ao prédio, para ver o que se passava. Depois de um minuto, Luiz voltara com a mesma expressão de suas amigas, e subitamente pegou seu celular e chamou a polícia.

As viaturas chegaram ao mesmo tempo e cercaram o local. Por falta de provas, não poderiam prender ninguém, mas iniciaram as investigações, e levaram todos os alunos que conheciam Carla para a delegacia, para prestar depoimento.

O delegado João Antônio, do 16º DP foi o encarregado de coletar as informações dos alunos. Roberta foi a primeira a depor, afinal era a melhor amiga de Carla, ainda abatida pelo que viu, mas sentia que deveria ajudar a polícia a encontrar o responsável. Chegou também a entregar o recado aos policiais para checagem de provas, mas o recado havia sido digitado, e apenas continha as digitais de Roberta e Fabiana.

A polícia procurou ao máximo evitar que o assunto chegasse á imprensa. Sabiam, por experiência, que geraria uma série de discussões que renderiam pauta até o próximo ano, pelo menos. O que eles mais temiam era a interferência negativa da mídia no caso, o que certamente atrapalharia as investigações. O delegado João tinha 13 anos de casa no 16ºDP, se encarregando de casos de assassinato, estupro, seqüestro e pedofilia.

A direção da faculdade, ao saber do ocorrido, paralisou as atividades por 1 semana. Tempo para que a perícia pudesse examinar o local, mas também para lacrar por outro motivo, menos arrebatador. O comunicado foi passado aos alunos por e-mail, no meio-dia do domingo. Poucos estariam acessando a internet naquela hora, mas o aviso estaria lá quando eles voltassem ao acesso.

“Por motivos de força maior, a FSP irá paralisar as suas atividades na próxima semana. Apenas o atendimento ao aluno e o atendimento financeiro estarão funcionando, em período reduzido. Contamos com a compreensão e colaboração de todos.

A diretoria.”

Quinta-feira, 20 de junho. 4:15PM

(Continua...)

TEQUILA -- PT. 1

O sinônimo de sexta-feira sempre esteve ligado á festas, diversão, bares e coisas similares para todo e qualquer estudante universitário, na dita sã consciência! O sábado se aproximando e a habitual balada junto com o mesmo fazem crescer uma forte expectativa nos jovens, e muitos inclusive se organizam para o evento. Para os alunos da FSP, (Faculdade de São Paulo), isso estava evidente. Sexta-feira no mês de junho, dia 13. Para eles, isso pouco importava. Rogério, Carla, Fabiana e Luiz Guilherme tinham um trabalho a apresentar.

São seis e quarenta. Carla está sentada do lado de fora da classe, organizando os materiais. 2º andar, sala 205. Rogério está bebendo água e Fabiana está a caminho. Luiz Guilherme está tirando algumas dúvidas do grupo com o professor na sala dos professores. Ele desce com todas as anotações e entrega para Carla.

- Quanto tempo a gente tem, mesmo?!

- Vinte minutos. Se passar disso, a gente perde 2 pontos.

- Merda!

Eles fizeram a apresentação dentro dos vinte minutos previstos e o slide show não apresentou problemas. Os quatro estavam convictos de que havia se dado bem na apresentação. O professor apenas expressou alguns poucos comentários a respeito do projeto, mas não anunciou a nota. Como todo colégio, havia lá seus informantes dentre os alunos. Estes conversavam com os professores e na tentativa de extrair-lhes alguma declaração, poderiam deduzir a nota. Roberta, colega do grupo, se encarregou do fato, e voltou à sala com a versão (não-oficial) de que o grupo havia passado. Eles precisavam saber daquilo, afinal, era a maior nota do semestre, em conjunto com a prova final.

Após o intervalo, o professor voltou à classe para passar a nota do grupo de Carla e de mais um que havia se apresentado, em conjunto com eles. Ambos haviam passado. O grupo tirou 8,75. O suficiente para tirar vinte quilos das costas. E sair correndo para o bar. Faltavam cinco minutos para bater o sinal do fim da aula, e tudo parecia seguir o figurino. E superar todas as expectativas.

Ao bater o sinal, um black-out domina o prédio da faculdade e todos os equipamentos, consequentemente, param de funcionar. Os alunos gritam histéricos. A queda de energia sempre foi motivo de comemoração por algum lado. Num tempo de cinco minutos, as luzes de emergência se acendem por completo. Os alunos desceram as escadas até chegar ao pátio, mas Rogério percebe que Carla não descera com eles. Fabiana sobe pra ver aonde Carla entrou e começou olhando na sala. Depois no corredor, banheiro e o primeiro andar. Nenhum sinal. Ela volta e avisa os colegas de que ela provavelmente sumira. Luiz Guilherme sugere ligar para o celular de Carla. Ele só toca, mas ninguém atende. Fabiana volta ao primeiro andar e continua procurando por Carla, sempre ligando ao telefone, quando escuta o toque e decide seguí-lo. Ela chama a Roberta para acompanhá-la.

Naquele instante, Fabiana chegou a supor que Carla havia passado mal e provavelmente desmaiado, o que começou a preocupá-la. Inclusive chegou a discutir a hipótese com Roberta. E ambas concordam possível. O toque vai ficando mais alto, conforme se aproximam da sala dos professores. Roberta achou muito estranho ela ter ido parar lá.

Rapidamente abrem a porta...

(Continua...)

Preview: Tequila

Uma série de assassinatos em uma faculdade fecha a instituição e inferniza a vida de quatro estudantes, porém, atrás dos crimes esconde-se algo que leva o assassino a cometer tais atos.

Dahmer

- Eu fiz da minha fantasia de vida mais poderosa que a vida real. -

- Há momentos em que é preciso ser-se de todo em todo honesto. Este é um deles -

Jeffrey Dahmer
The Milwaukee monster